adebajo2_OUSMANE MAKAVELIAFP via Getty Images_ecowas Ousmane Makaveli/AFP via Getty Images

O momento Brexit da África Ocidental pode fomentar a instabilidade regional

PRETÓRIA – A 28 de Janeiro, o Níger, o Mali e o Burkina Faso anunciaram a sua retirada do grupo de 15 países que constitui a Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO), de onde os três estados tinham sido suspensos no seguimento dos golpes militares que derrubaram os seus governos democraticamente eleitos. Isto representa a maior crise enfrentada pelo bloco desde a sua constituição em 1975.

As três juntas militares, que anunciaram em Setembro um novo pacto de defesa, acusaram a CEDEAO de estar “sob a influência” de potências estrangeiras e – citando a incapacidade do bloco para apoiar a sua guerra contra a al-Qaeda e o Estado Islâmico – de representar uma “ameaça aos seus povos e estados-membros”. Os três governos também se queixaram das sanções económicas “irracionais e inaceitáveis” declaradas contra si pela CEDEAO.

Nos últimos anos, o Níger, o Mali e o Burkina Faso têm combatido jihadistas apoiados por estrangeiros em toda a zona tri-fronteiriça, onde militantes mataram mais de 20 000 pessoas e desalojaram outros 4,2 milhões, ao mesmo tempo que assumiram o controlo de vastos territórios. Agora, a retirada da CEDEAO destes três países sahelianos sem litoral ameaça perturbar ainda mais o comércio e a mobilidade, enfraquecer governos democráticos e desgastar a credibilidade da Nigéria enquanto potência regional.

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